Jeff Bezos, dono do 'Washington Post', defende decisão do jornal de não apoiar Kamala mesmo após perder 200 mil assinaturas

  • 29/10/2024
(Foto: Reprodução)
Críticos dizem que Bezos estaria preocupado com uma possível retaliação caso Trump vença a eleição. Jeff Bezos em imagem de 2022 Paul Ellis/Pool Photo via AP O bilionário Jeff Bezos, dono do jornal "The Washington Post" desde 2013, defendeu, em artigo publicado nesta terça (29), a decisão do veículo de não apoiar nenhum dos candidatos à Casa Branca nas eleições de 2024. Na imprensa dos EUA, é comum que jornais anunciem abertamente o apoio a um candidato à Presidência antes das eleições — o "Washington Post" é tradicionalmente democrata, tendo ganhado destaque após desencadear o escândalo de Watergate, que levou o republicano Richard Nixon à renúncia. Segundo a agência Associated Press, o jornal perdeu 200 mil assinaturas após declinar o apoio a Kamala Harris. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Para justificar a decisão, Bezos afirmou que a imprensa sofre de uma "crise de credibilidade". "Os apoios a candidatos presidenciais não contribuem em nada para inclinar a balança de uma eleição. Nenhum eleitor indeciso na Pensilvânia dirá: 'Vou com o endosso do Jornal A'. Nenhum. O que os endossos presidenciais realmente fazem é criar uma percepção de preconceito. Uma percepção de não independência", afirma o artigo assinado pelo bilionário, dono de empresas como a Amazon. A perda reportada de assinaturas é considerada, de acordo com a AP, como um golpe para um veículo de notícias que já enfrenta dificuldades financeiras. O "Post" tinha mais de 2,5 milhões de assinantes no ano passado, a maior parte deles digitais, o que lhe dava o posto de terceiro maior dos EUA, atrás do "New York Times" e do "Wall Street Journal". Porta-voz do Post, Olivia Peterson, foi procurada pela agência, mas não comentou o relatório. 'NYT' e 'New Yorker' publicam editoriais em apoio a Kamala Harris Leia também: Confira como Kamala e Trump estão nas pesquisas Joe Biden vota nas eleições presidenciais dos EUA de forma antecipada em Delaware Promotor público da Filadélfia processa Elon Musk por doação de US$ 1 milhão para eleitores Apoio retirado A equipe editorial do Post havia preparado um endosso à candidatura da democrata Kamala Harris antes de anunciar, na sexta-feira (25), que deixaria para que os leitores formassem suas próprias opiniões. A decisão, a menos de duas semanas do Dia da Eleição, marcada para 5 de novembro, levou críticos a questionar se o proprietário do Post e fundador da Amazon, Jeff Bezos, estava preocupado com uma possível retaliação do republicano Donald Trump caso ele fosse eleito presidente. O ex-editor do "Post", Marty Baron, criticou a decisão nas redes sociais como "covardia, com a democracia como vítima". Alguns jornalistas, incluindo o colunista do Post Dana Milbank, pediram aos leitores que não expressassem sua raiva pela decisão cancelando assinaturas, temendo que isso pudesse custar o emprego de repórteres ou editores. A decisão do "Post" se deu dias depois de o "Los Angeles Times" também anunciar que não apoiaria um candidato na disputa. Depois, o jornal reconheceu que a decisão custou milhares de assinaturas perdidas. Um artigo no site do "Post" sobre as consequências de não endossar a candidatura à Presidência teve mais de 2 mil comentários, muitos deles de leitores dizendo que estavam cancelando a assinatura. “Estou cancelando minha assinatura após 70 anos”, escreveu um deles, afirmando ter perdido a esperança e a crença de que o Post publicaria a verdade. Washington Post perde mais de 200 mil assinantes após não endossar candidatura de Kamala Harris Pablo Martinez Monsivais/AP

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2024/noticia/2024/10/29/jeff-bezos-dono-do-washington-post-defende-decisao-do-jornal-de-nao-endossar-kamala-harris-mesmo-apos-perder-200-mil-assinaturas.ghtml


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